domingo, 28 de março de 2010

Palavras ao ar, isto não é um assalto! - 24/03/2010


Manuel Dias da Silva
Emanuel, Fátima e Cátia

O GPA partcipou em mais uma sessão de "Palavras ao ar, isto não é um assalto!".
Foi mais um serão de poesia. Obrigada pela hospitalidade.
Nesta sessão estiveram presentes: Rita Capucho, Manuel Dias da Silva e Emanuel Naia Sardo.

Dia Mundial da Poesia - Cafeína - Jantar Convívio

Isabel Rosete

Dia Mundial da Poesia - Conceito - Praça Marquês de Pombal

António Luís
Conceição


Dia Mundial da Poesia - Forum

Aida Viegas

Adélia
Manuel Janicas


Dia Mundial da Poesia - No Forum







Paula Pinto
Virgília
Rosário
Naia Sardo


Dia Mundial da Poesia - No Forum




Dia Mundial da Poesia - No Comboio

Emília


António Sérgio
Raquel e Luís

Rita, Raquel, Luís, Fátima, Orlando, Emília, Manuel Janicas., Virgília, Emanuel Naia Sardo, António Arezedo, Paula Pinto e Adélia Rodrigues


sábado, 27 de março de 2010

Dia Mundial da Poesia


Rita

Orlando


Fátima


Em 1999, a UNESCO decidiu instituir o dia 21 de Março como Dia Mundial da Poesia. O Grupo Poético de Aveiro tem comemorado esta data, ao longo de todos estes anos, com o objectivo de incentivar o gosto pela leitura e escrita de Poesia.
Para o dia 21 de Março de 2010, a nossa Associação programou diversas intervenções no espaço urbano, procurando sensibilizar a população para a importância da Poesia na nossa cultura e nas nossas vidas:

Comboio urbano:
Partida Aveiro-Estarreja>Estarreja-Aveiro

Forum Aveiro-Livraria Bertrand

Praça Marques de Pombal


Agradecemos a todas as pessoas e entidades envolvidas o seu contributo para o sucesso desta nossa iniciativa. É com enorme prazer que registamos a adesão do público à Festa da Poesia e contamos com esse apoio para as actividades do Grupo Poético de Aveiro programadas para este ano.




Ramos de Poesia - Mira - 20/03/2010



No sábado, dia 20 de Março, o Grupo Poético de Aveiro esteve presente nas comemorações concelhias do Dia Mundial da Poesia, na Biblioteca Municipal de Mira, pelas 17 horas, sob o tema: ramos de poesia.
Agradecemos a intervenção musical do Prof. Vítor Santos, não esquecendo que a organização do evento foi da responsabilidade das estagiárias do Curso de Animação Socio Cultural, com o apoio da Vereação da Cultura da Câmara Municipal de Mira. Do GPA estiveram presentes: Orlando Figueiredo, Madalena Oliveira e Jorge Neves.


Semana da Poesia - Vagos - 15/03/2010











No passado dia 15 de Março o Grupo Poético de Aveiro esteve presente em Vagos na Semana da Poesia. Obrigada à organização pela iniciativa e por nos terem recebido tão bem!
Do GPA estiveram presentes: Rita Capucho, António Luís e Emanuel Naia Sardo, a ler poemas de Camões e Fernando Pessoa.
A sessão ainda contou com leituras de: Edília Lopes, Maria José Fernandes e público em geral.
Foi mais um serão cheio de poesia!



Palavras ao ar, isto não é um assalto! - 3/03/2010












Mais algumas fotos...
Do GPA estiveram presentes na sessão: Rita Capucho, Orlando Figueiredo, Carla Ribeiro, Raquel Gomes e Luís Parracho.
Obrigada Fátima, D´Orfeu, Guida e Artur por nos terem recebido muito bem!


Palavras ao ar, isto não é um assalto! - 3/03/2010







No dia 3 de Março o Grupo Poético de Aveiro esteve em Águeda no bar D´O no espaço da D´Orfeu na 1º sessão de "Palavras ao ar, isto não é um assalto!"
A noite foi da poesia, o público participou activamente lendo poemas e no final da noite criou-se um poema colectivo, que divulgo neste post.
Obrigada a todos os participantes. Fomos muito bem recebidos!


Esta noite reunimo-nos para tirar a virgindade poética,
a música, as palavras, o teu sorriso
abre em mim as portas deste interior conturbado
porquê eu, tudo o que desejava era poder amar
sentir o fel desse sentimento
teu corpo o edifício o meu cimento
pois hoje foi o meu primeiro aparecimento
da imagem plena do sol da manhã
que reflecte o interior mais íntimo
também mais espesso, incomensurável aperto do nosso ínfimo
mas o ínfimo, nunca é tão ínfimo como parece a
bola de pastilha rebentada
nos infinitos dos teus sonhos
para hoje!

Roberto
Toni
Sara
Ana
Maria Miguel
Kátia
Guida
Artur
Carla
Raquel
Luís
Orlando
Fátima
Rita









quinta-feira, 25 de março de 2010

Da vida que mata - Regina



DA VIDA QUE MATA

A mãe tira da própria boca o pão
Para o dar à criança
Que, com um suspiro, acaba de adormecer.

Regina


Boca - Orlando Jorge Figueiredo



na fronteira
entre a tua
e a minha boca
as palavras

a música
o silêncio

na fronteira
entre a tua
e a minha boca
o desejo


leio os teus lábios
e mordemos
desesperados
o fruto
proibido

orlando jorge figueiredo


Na tua boca - Turíbia Figueiredo



NA TUA BOCA



Pela tua boca,
polpa doce e macia,
devoro o prato das memórias.

E, com os olhos do silêncio,
sigo das andorinhas o voo
até ao fio
do horizonte,

em que na tua boca
me deito.

Desço as alças ao vestido
da alma, e com a polpa
dos dedos cegos

permito o deslizar da seiva,
que pela tua boca
de groselha

me conduz à madrugada.

É na tua boca,
pão, fruto, nenúfar,
flor de água,
que me deito
e desperto

desfolhada.


turíbia figueiredo


Boca - Maria Manuel



a memória suspensa na rota das aves
na rota dos nomes que se incendeiam
na travessia oblíqua dos bosques.
com as aves escuta o silêncio
e faz-se voz na boca do poeta.


Maria Manuel Rocha



collage - Ana Oliveira



* collage

cuando te vas
tatúo
_____tu boca
en la mía
y te a.prendo
los besos

así
, te quedas marchándote
Ana Oliveira


Tema semanal - Boca



O tema desta semana foi: Boca.
Nos próximos post podem desfrutar de alguns poemas dos membros do GPA.

Saudações poéticas,

Rita Capucho


costumes de pedra - Ana Oliveira



.....tanta estupidez humana........ tanto nanismo mental.... tantos gritos sem som
* costumes de pedra

só por ser mulher, foi lapidada.

Ana Oliveira


segunda-feira, 15 de março de 2010

AS MULHERES (AINDA) - Maria Manuel



AS MULHERES (AINDA)

as mulheres meninas explodem
de lábios cerrados os fios de sangue
que dizem tradição, golpes no sexo,
como crias ferradas para procriar.

as mulheres saem à rua com os olhos
e regressam a casa com os mesmos olhos,
nunca tendo embarcado a porta da escola
respirado outra maresia ou palavra sua.

as mulheres mães da praça de maio,
e de tantas mais as praças, empunham
como velas a memória inconformada,
filhos desaparecidos sem porquê sem onde.

as mulheres de arrasto à clausura
das jaulas têm dono, aprendizagem
a soro de batom vestido e salto alto
até renderem nas redes do mercado.

as mulheres agonizam as quatro
paredes da casa, seu corpo macerado
na agrura de duas mãos eriçadas
ou na trovoada de pedras na rua.


Maria Manuel Rocha

Mulher - Isabel Rosete



Mulher, para sempre…

Uma dádiva da Natureza,

O lugar originário da Criação!

Em ti carregas

As sementes da Re-novação,

Contigo arrastas

O gérmen oculto de outras Vidas,

No Mundo lançadas

Como um Dom

Sempre esperado

Sempre desejado

Nunca esgotado…

O teu Ventre é Sagrado,

Oh, Mulher!

Fonte jorrante da Vida

Que em cada embrião eternizas…

Os teus Seios,

Símbolos,

Sinais

Do alimento Divino,

Que Corpos e Almas fortificam…

Os ciclos da Vida multiplicas,

Em doce ou vã alegria,

A sucessão das gerações asseguras,

Sempre prenhe de fertilidade…

Em ti acolhes

Oh, Mulher!

Todos os frutos,

Todos os rebentos,

Com a genuína graça

Do Re-nascimento,

Infinito,

De Novas Idades…

Isabel Rosete

Amada - Turíbia Figueiredo



AMADA


Sou feliz por seres

mulher

Por abrires espaço à queda total
das minha águas

libertação dos rios de lava
que retinha no mais fundo
de mim mesmo

Rosa de fogo

apertava agora o teu caule
contra o meu corpo

com a força de cem mares
a ânsia de mil beijos

até nos incendiarmos
na lava dos beijos

Mulher

Sou feliz por seres

Beijo-te amanhã?


************************

DEVOÇÃO

Irmã,

gémea parideira de ternura,
contemplo os teus olhos,
estrelas-guias das almas terrenas,

e a paz conduz os meus pensamentos-meninos
ao recreio primaveril.

Madrinha,

assim me enlevas no teu sorriso,
dulcíssima inspiração de Amor,

que me lava a alma até aos pés mundanos.

Senhora,

por ti convoco as palavras mais puras:
branco linho, andorinha, lírio, manso luar.

Mãe,

aqui te venero no pedestal da infância.

Rainha,

o manto azul guarda-te os cabelos,
emoldurando o rosto sereno,

e ,na orla dourada que os pés te afaga,
sete rubis incandescentes de fada
iluminam a brandura do teu corpo,

quebrando o meu pela mansidão do altar.


Mulher,

em ti respiro o pensamento puro,
e nem o limão,
prisioneiro nos dedos profanos,
ousa derramar a mínima acidez

sobre este Mar.






turíbia figueiredo

Tema semanal - Mulher



O tema desta semana foi: Mulher.
Nos próximos post podem desfrutar de alguns poemas dos membros do GPA.

Saudações poéticas,

Rita Capucho

domingo, 7 de março de 2010

Cerimónia de despedida



* cerimónia de despedida

a medo, passou a mão pelo teclado nu.
sentou-se, abriu a pauta e desafiou as dolorosas artroses nos dedos.
tocou bach como nunca.
conseguiu até ver um sorriso na face pálida do marido.

Ana Oliveira

Amor - Maria Manuel Rocha



não sei quando desaguaram nossos olhares
neste mesmo abismo de luz. como duas aves
únicas, impulso de asas à mesma sede.

estendeste-me depois a mão, concha
de rosas a soprar ternura a soprar desejo,
pétalas pólen orvalho espinhos. caminhos

pela orla húmida na hora das marés,
em meio das urzes, mel escoado de sol,
rentes às paredes saturadas de pêndulos.

e lentamente na lassidão da madrugada
no respirar crepúsculo na fundura da noite
ou na ausência, dizemos nosso nome amor.


Maria Manuel Rocha


Amor - Orlando Jorge Figueiredo



amor


não me amas
eu sei
só não sei
este querer
morrer
com a tua imagem
gravada no peito

esta noite
não vou dormir

o amor é ridículo
eu sei
só não sei
porque te escrevo
estas cartas de amor
que te fazem sorrir


responde na volta do correio
meu amor


orlando jorge Figueiredo

Sinfonia a duas Vozes - Lurdes Breda




Sinfonia a Duas Vozes

— O mesmo Deus que me gerou,
Criou as rosas e o orvalho.
— Deixa-me respirar
O teu oxigénio com andorinhas…
— E as rosas azuis?
— Beijo os teus lábios de pétalas.
— Sob as pétalas há espinhos…
— Fere! Rasga a minha boca!
Ensanguenta a minha alma
Com os versos do poeta.
— A tua insensatez pinta a lua de framboesa.
— E que te importa a ternura
Dessa ferida no meu peito?
Tu preferes a dança da noite,
Num corpo sem asas.
— A vertigem da noite é cálida…
— É dela, o manto de veludo negro,
Onde se oculta o meu desejo?
— Infinito… Infinito… Infinito…
— Os teus cabelos estão cheios de estrelas!
— E de folhas e flores…
— A solidão, que rasga a face do silêncio,
Traz a bruma dos oceanos
E o canto das sereias, ao anoitecer.
— A minha alma desfolha-se
Sob as tuas mãos de bronze.
— O amor tem a imortalidade dos deuses!
— Paixão… Paixão… Paixão…

Lurdes Breda


Meu Amor, Meu Amor... - Maria Mamede




MEU AMOR, MEU AMOR...

Foste pão da minha fome
foste água da ribeira
foste mágoa, foste nome
foste fogo na lareira;
ai meu amor, meu amor
que esperei a vida inteira...

foste rio, céu de espanto
foste fonte, verde prado
foste bem querer, foste tanto
foste amante, namorado;
ai meu amor, meu amor
que tempo tão sem cuidado...

foste esperança, foste vida
festa de amor , de carinho
e foste terra esquecida
e eu, pássaro sem ninho;
ai meu amor, meu amor
que perdi pelo caminho...

Maria Mamede



Amor - Turíbia Figueiredo




Amor
deixa que entre na tua boca e nela me deite
até amanhecer a razão
vagabunda sem pudor

Roço nos meus seios a camisola
que em casa deixaste
Nela habita ainda o cheiro da tua pele
o calor no meu acrescentado

Mantenho a vela acesa
e o sândalo impregnado nas mãos entrelaçadas
aguarda o teu regresso
para que o odor de novo nos incendeie

Deixa que entre nos teus olhos
amor
e nada digas até que neles me abrigue
como ave descansada
após a lenta construção do ninho

O anjo permanece sereno
sobre o mundo que criámos
de braços estendidos sobre o leito

Nas mãos abertas
o cheiro das laranjeiras em flor
e a ternura renascida

Nos espelhos da sala
são os teus olhos que nos meus se abrem
e eu peço o sol uma vez mais
e outra
e outras mil são as razões deste amor

Deixa-me entrar em ti e fechar a porta
de mansinho
como quem parte de férias
sem vontade de regressar




*********************


Remaram mansamente estas palavras
de outra boca, amor.
Aqui chegaram, lívidas e trémulas.

Na voz, o medo dos olhos que as abrigaram
na rede destas paragens onde
Amor
é a palavra exausta de tantas viagens incertas.

Nas agitadas águas, apenas um fio de lágrimas
no rio das memórias magoadas.

Alguns sorrisos, tantas esperanças,
amor,
não se esgotam neste caudal de abraços.

A muda alegria do beijo trocado não embarcou
nesta memória de palavras.



Turíbia Figueiredo

Amor - Teresa Soares



AMOR

Visto de seda e de amor
amanhã
divorcio-me.

Teresa Soares

De peito aberto - Regina



DE PEITO ABERTO



Rasgou-lhe o peito
com o gume afiado
de uma rosa vermelha

Beijar-lhe-ia o coração
até que voltasse a bater



Regina


Amor - Isabel Rosete




A
angústia do Amor
Irrequieta-me!

Sofro pelos amores-vividos,
Pelos ainda não-vividos
E por viver.

Quero-os
E rejeito-os,
Num só e mesmo instante
De plena inquietude
Que me ex-tasia a Alma,
Atormentada,
Vagueante pelos atalhos
Por onde não vou.


******************

Amo.
Não sei bem o que amo!

Tenho medo de voltar a amar,
De voltar a sofrer,
De voltar a sonhar.

As ilusões crescem,
Quando se ama!

Emerge a dor,
A insatisfação,
A insanidade,
A insensatez...

Exterioriza-se a cólera
Na presença ausente
De um outro estado,
Sempre inacabado,
Sempre adiado.

Caminhos que não conduzem
A parte alguma,
Espreitam-nos no amor.

Nos caminhos
Que se bifurcam,
Perdemo-nos
De nós
E do outro.

Encontramos o desfiladeiro.
Assoma o Vazio
De uma Alma deserta,
Dispersa,
Em con-fusão...

Alienada pela adrenalina,
Que sobe,
Escorrega,
Desampara
E inquieta.

Isabel Rosete

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Tema semanal - Amor




O tema desta semana foi: Amor.
Nos próximos post podem desfrutar de alguns poemas dos membros do GPA.

Saudações poéticas,

Rita Capucho